A pandemia e a ascensão da Geração Z no mercado de trabalho trouxeram aos RHs das empresas uma nova realidade: uma necessidade da digitalização das operações, com colaboradores cada vez mais exigentes em relação à cultura da companhia e o peso do trabalho na qualidade de vida. Isso criou um leque de oportunidades para as HRTechs brasileiras, que supriram a demanda com novas tecnologias para setor.
Segundo dados do Crunchbase, o nicho com mais relevância em volume de empresas foi Recrutamento e Seleção. Desde 2018, 40% das HRTechs que fizeram algum venture round têm como tese a digitalização do processo de contratação de colaboradores – com destaque para a Gupy e Kenoby agora é Gupy (adquirida pela Gupy, em 2022).
Ainda assim, poucos nomes se consolidaram nos últimos anos e conseguiram seguir uma jornada de fundraising. Apenas 8 HRTechs brasileiras fizeram uma rodada de Series A, 5 Series B e 1 Series C – essa última uma investida de US$ 100 milhões na Flash, em 2022, pela Endeavor Brasil, Global Founders Capital, Tiger Global Management e outros, sendo a primeira do tipo para HRTechs no Brasil.
Isso é refletido no volume grande de rodadas pre-seed e seed em comparação ao poucos nomes de early e middle-stage, como vemos neste gráfico. Isso demonstra que a consolidação do setor ainda está em curso e suas soluções sendo testadas. Empresas capitalizadas conseguem agregar novas sinergias nesse processo de maturação, como é o caso da aquisição da Feedz by TOTVS pela TOTVS, ou pela Xerpay (Acquired by Betterfly) pela chilena Betterfly.
Assim, as HRTechs ainda têm muito espaço dentro do mercado. Um exemplo são soluções ‘fintechzadas’ para colaboradores que, apesar de ser uma tese do portfólio de grandes fundos como QED Investors e VEF, são pouco exploradas pelas empresas nacionais. A questão é quem vai conseguir aproveitar esse espaço – a vantagem é de quem sai na frente.